Vurro

01 JULHO

Segundo a lenda, numa pequena aldeia remota algures nas montanhas, um fazendeiro perdeu a sua vaca numa tempestade de neve. Procurou-a por vários dias, mas o cansaço havia de o bater, caindo na neve desmaiado. Algures nesse universo onírico, viu o lugar exato onde a vaca estava deitada, acordou e caminhou para a encontrar. No entanto, um ataque de lobos haveria de o matar. Na agonia dos momentos finais, o animal cedeu a sua cabeça ao fazendeiro e, aí, se fizeram um, dando à luz a Vurro: meio homem, meio vaca.

Criatura encantada, com a magia a dominar-lhe os dedos e o ritmo acelerado a correr-lhe nas veias, este “animal dos teclados” bate nos pratos com os seus cornos enquanto os seus pés marcam o passo nos bombos. Com sinos nos braços e uma voz do além-túmulo convida os fiéis a integrarem uma espécie de cerimónia xamânica de ritmo e rock and roll. Vurro, o selvagem virtuoso, abrirá as portas do áspero submundo do rock para que o possamos atravessar, dançando.