The Zawose Queens

Há espírito e fogo na música das Zawose Queens. Há as vibrações ancestrais, que ecoam através de instrumentos tradicionais — o violino chizeze a soar alto, o piano de polegar illimba a zumbir, os tambores ngoma a conversar e a trovejar — e vozes que vão fundo, que sobem alto e que se lançam para lá do imaginável.

Há a conexão com a natureza, com a cerimónia e o ritual, na fusão inspirada na dança, na mistura entre o orgânico, o harmónico e a eletrónica contemporânea. Há letras que falam, na sua língua materna, o kigogo, da paixão pela música, das maravilhas da vida. Do orgulho na natureza, na tradição, as suas raízes Africanas.

Maisha, o deslumbrante álbum de estreia do duo, anuncia uma nova era. 

Curvem-se. As Zawose Queens chegaram.

“Este é o nosso património, apresentado à nossa maneira,” dizem Leah e Pendo Zawose, cada Rainha uma cantora, compositora e multi-instrumentista de enorme e, até agora, pouco celebrada, talento. “Chegou o momento de as mulheres da família Zawose ocuparem o seu devido lugar.”

Produzido no Reino Unido por Oli Barton-Wood (Jordan Rakei, Obongjayar, Nilufer Yanya) e Tom Excell (Nubiyan Twist, Onipa), gravado num terraço de hotel em Zanzibar e à beira-mar e junto à lareira em Bagamoyo – a histórica cidade portuária da Tanzânia que acolhe a família alargada dos Zawose desde os anos 70 – Maisha apresenta as Zawose Queens de formas poderosas, inventivas e ferozmente, libertadoramente dançáveis.

São canções, que exibem os ritmos polirrítmicos fluidos e o canto polifónico arrebatador do povo Gogo (ou Wagogo), da árida e montanhosa região de Dodoma, no centro da Tanzânia. Um povo cujos pequenos, mas poderosos, tambores muheme são tocados apenas por mulheres.